terça-feira, 25 de agosto de 2009

Renascimento
















O Nascimento de Vênus, de Sandro Botticelli (1445-1510): um exemplo de obra renascentista

O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização européia que se desenvolveu entre 1300 e 1650. Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das ciências, que superaram a herança clássica. O ideal do humanismo foi, sem dúvida, o móvel desse progresso e tornou-se o próprio espírito do Renascimento. Trata-se de uma volta deliberada, que propunha a ressurreição consciente (o re-nascimento) do passado, considerado agora como fonte de inspiração e modelo de civilização. Num sentido amplo, esse ideal pode ser entendido como a valorização do homem (Humanismo) e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade Média.
Características gerais:
* Racionalidade
* Dignidade do ser humano
* Rigor científico
* Ideal humanista
* Reutilização das artes greco-romana

ARQUITETURA

Na arquitetura renascentista, a ocupação do espaço pelo edifício baseia-se em relações matemáticas estabelecidas de tal forma que o observador possa compreender a lei que o organiza, de qualquer ponto em que se coloque.

Já não é o edifício que possui o homem, mas este que, aprendendo a lei simples do espaço, possui o segredo do edifício” (Bruno Zevi, Saber Ver a Arquitetura)

Principais características:

* Ordens arquitetônicas
* Arcos de volta perfeita
* Simplicidade na construção
* A escultura e a pintura se desprendem da arquitetura e passam a ser autônomas
* Construções; palácios, igrejas, vilas (casa de descanso fora da cidade), fortalezas (funções militares)

O principal arquiteto renascentista foi Brunelleschi, um exemplo de artista completo renascentista, pois foi pintor, escultor e arquiteto. Além de dominar conhecimentos de matemática, geometria e de ser grande conhecedor da poesia de Dante. Foi como construtor, porém, que realizou seus mais importantes trabalhos, entre eles a cúpula da catedral de Florença e a Capela Pazzi.

PINTURA

Principais características:

* Perspectiva: arte de figura, no desenho ou pintura, as diversas distâncias e proporções que têm entre si os objetos vistos à distância, segundo os princípios da matemática e da geometria.
* Uso do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra, esse jogo de contrastes reforça a sugestão de volume dos corpos.
* Realismo: o artista do Renascimento não vê mais o homem como simples observador do mundo que expressa a grandeza de Deus, mas como a expressão mais grandiosa do próprio Deus. E o mundo é pensado como uma realidade a ser compreendida cientificamente, e não apenas admirada.

* Inicia-se o uso da tela e da tinta à óleo.
* Tanto a pintura como a escultura que antes apareciam quase que exclusivamente como detalhes de obras arquitetônicas, tornam-se manifestações independentes.
* Surgimento de artistas com um estilo pessoal, diferente dos demais, já que o período é marcado pelo ideal de liberdade e, conseqüentemente, pelo individualismo.

Os principais pintores foram:

Sandro Botticelli - Os temas de seus quadros foram escolhidos segundo a possibilidade que lhe proporcionavam de expressar seu ideal de beleza. Para ele, a beleza estava associada ao ideal cristão. Por isso, as figuras humanas de seus quadros são belas porque manifestam a graça divina, e, ao mesmo tempo, melancólicas porque supõem que perderam esse dom de Deus. Obras destacadas: A Primavera e O Nascimento de Vênus.

Leonardo da Vinci - Dominou com sabedoria um jogo expressivo de luz e sombra, gerador de uma atmosfera que parte da realidade, mas estimula a imaginação do observador. Foi possuidor de um espírito versátil que o tornou capaz de pesquisar e realizar trabalhos em diversos campos do conhecimento humano. Obras destacadas: A Virgem dos Rochedos e Monalisa.

Michelângelo - Entre 1508 e 1512, trabalhou na pintura do teto da Capela Sistina, no Vaticano. Para essa capela, concebeu e realizou grande número de cenas do Antigo Testamento. Dentre tantas que expressam a genialidade do artista, uma particularmente representativa é a criação do homem. Obras destacadas: Teto da Capela Sistina e A Sagrada Família.

Rafael Sanzio - Suas obras comunicam ao observador um sentimento de ordem e segurança, pois os elementos que compõem seus quadros são dispostos em espaços amplos, claros e de acordo com uma simetria equilibrada. Foi considerado grande pintor de “Madonas”. Obras destacadas: A Escola de Atenas e Madona da Manhã.


ESCULTURA


Em meados do século XV, com a volta dos papas de Avignon, na França, para Roma, na Itália, essa adquire o prestígio que mantém até hoje. Protetores das artes, os papas passam a residir no Vaticano. Ali, grandes escultores se revelam, o maior deles é, sem dúvida, Michelângelo, que domina toda a escultura italiana do século XVI. Algumas obras: Moisés, Davi (4,10m) e Pietá. Outro grande escultor desse período foi Andrea del Verrochio. Trabalhou em ourivesaria, o que acabou influenciando sua escultura. Obra destacada: Davi (1,26m) em bronze.
Principais características:

* Buscavam representar o homem tal como ele é na realidade
* Proporção da figura, mantendo a sua relação com a realidade
* Profundidade e perspectiva
* Estudo do corpo e do caráter humano

O Renascimento italiano se espalha pela Europa, trazendo novos artistas que nacionalizaram as idéias italianas. São eles:

* Dürer
* Hans Holbein
* Bosch
* Bruegel

As obras renascentistas (pinturas, esculturas, livros) apresentavam características comuns:

- Resgate da estética da cultura greco-romana, principalmente a busca da perfeição na elaboração de esculturas e pinturas;
- Antropocentrismo: valorização das capacidades artísticas e intelectuais dos seres humanos;
- Valorização da ciência e da razão, buscando explicações racionais para os eventos naturais e sociais;
- Valorização e interesse por vários aspectos culturais e científicos (literatura, artes plásticas, pesquisas científicas).
- Humanismo: conjunto de princípios que valorizavam as ações humanas e valores morais (respeito, justiça, honra, amor, liberdade, solidariedade.
(Priscila Charão e Larissa Gomes)

Renascimento: Rafael Sanzio

Escola de Atenas, Rafael Sanzio


Ressurreição de Cristo, Rafael Sanzio

Rafael Sanzio foi um importante artista plástico italiano da época do Renascimento, nascido em Urbino em 6 de abril de 1483. Morreu em Roma em 6 de abril de 1520, destacando-se, principalmente, na pintura e arquitetura. Sua arte foi reconhecida graças a suavidade e perfeição de suas obras.
Biografia - Aos seis anos de idade, o pai de Rafael o levou para ser aprendiz no estúdio de Pietro Perugino (importante pintor italiano).
- Em 1501 termina sua primeira obra, um altar para a Igreja de San Nicola da Tolentino.
- Em 1504, Rafael pinta sua principal obra de sua primeira fase artística: O Casamento da Virgem.
- Foi morar na cidade de Siena no ano de 1504. Logo após, foi morar na cidade de Florença, onde passou quatro anos.
- Em Florença, recebeu grande influência artística de Fra Bartolomeu e Leonardo Da Vinci.
- Em 1508, o papa Júlio II contratou os serviços artísticos de Rafael para que fizesse a decoração dos apartamentos do papa no Vaticano.
- Em 1515, tornou-se arquiteto oficial do Vaticano, assumindo a responsabilidade pela continuação das obras na Basílica de São Pedro. Naquele mesmo ano, foi designado para supervisionar as pesquisas arqueológicas que ocorriam na cidade de Roma.
- Entre 1513 e 1517, trabalhou para o papa Leão X. Na época, produziu muitos retratos, desenhos de tapeçaria, cenografias e decorações sacras.
- Rafael morreu com 37 anos de idade, em 1520. Relatos da época indicam que o pintor estava com uma grave febre.

Principais obras de Rafael:
- Bandeira de procissão com a Santíssima Trindade
- Abençoada Virgem Maria- Anjo - A Virgem com o Menino - São Sebastião - Retrato de um Homem - A Coroação da Virgem - A Anunciação - Adoração dos Magos - A Apresentação no Templo - Madona Connestabile - Madona com o Menino - O Casamento da Virgem - São Jorge e o Dragão
- Visão de um Cavaleiro - Madona e o Menino no Trono com Santos - São Miguel
- Deus Pai - Ressurreição de Cristo - As Três Graças

As Três Graças, Rafael Sanzio



(Priscila Charão e Larissa Gomes)

Renascimento: Leonardo Da Vinci (1452-1519)


A Virgem dos Rochedos, Leonardo da Vinci

Homem Vitruviano, Leonardo da Vinci


Leonardo Da Vinci (1452-1519), artista plástico, cientista e escritor italiano, nasceu em 15 de abril de 1452 – data em que se comemora o Dia Mundial do Desenhista. Um dos maiores pintores do Renascimento, e, possivelmente seu maior gênio, por ser também anatomista, engenheiro, matemático, músico, naturalista e filósofo, bem como arquiteto, escultor e reinventor da fábula na Itália.












Autorretrato (Auto Ritratto) – Leonardo da Vinci


Existem dúvidas sobre o lugar de seu nascimento: para alguns historiadores, seu berço foi uma casa de Anchiano, uma localidade de Vinci, enquanto para outros, foi o próprio lugar de Vinci, situado na margem direita do rio Arno, perto dos montes Albanos, entre Florença e Pisa, na região da Toscana, na Itália.
Suas fábulas e lendas relacionavam-se com as de Esopo, Fedro e dos “bestiários” medievais. Com raras exceções, eram quase todas inventadas por ele mesmo e continham uma finalidade moral.
Ele dominou com sabedoria um jogo expressivo de luz e sombra, gerador de uma atmosfera que parte da realidade mas estimula a imaginação do observador. Foi possuidor de um espírito versátil que o tornou capaz de pesquisar e realizar trabalhos em diversos campos do conhecimento humano.
Obras destacadas: “Mona Lisa” e “A Virgem dos Rochedos” (cerca de 1483-1486; acervo de Francisco I, mais tarde no acervo do Louvre), cujo retábulo, a primeira das obras-primas realizadas em Milão e da qual existe uma versão posterior na National Gallery de Londres (cerca de 1508, numa versão mais clara; no acervo desde 1880), trata o tema da Imaculada Conceição, colocando o grupo da Virgem com o Menino e São João, assistidos pelo anjo Uriel, ante uma paisagem rochosa; trata-se de uma metáfora da revelação do rosto da Virgem extraída do Cântico dos Cânticos, muito frequente na iconografia Mariana e do especial agrado dos defensores da Imaculada Conceição.
Além de pintor, Leonardo da Vinci foi um grande inventor. Dentre as suas invenções, estão “Parafuso Aéreo”, primitiva versão do helicóptero, a ponte elevadiça, o escafandro, um modelo de asa-delta etc.
Como Shakespeare, Leonardo surgiu do nada e acabou sendo aclamado universalmente. Leonardo foi um filho ilegítimo de um advogado local da pequena cidade de Vinci. Seu pai o educou e pagou seus estudos. Suas idéias científicas quase sempre ficaram escondidas em cadernos de anotações e foi como artista que obteve reconhecimento de seus contemporâneos.
Estagiou no estúdio de Verrochio - importante artista da época, em Florença. Mudou-se para Milão em 1481, onde trabalhou para a corte de Ludovico Sforza.
Até 1506, Leonardo trabalhou principalmente em Florença e tudo indica que nesta época tenha pintado a Mona Lisa, sua obra mais famosa. Entre 1506 e 1516, viveu entre Milão e Roma. Convidado por Francisco I, viajou para a França em 1516, onde faleceu no ano de 1519.
Quando Leonardo da Vinci visita a França em 1516, ele traz junto a Mona Lisa, pequeno retrato de uma nobre florentina, conhecida como La Gioconda, pintado cerca de 1504, considerado exemplo do retrato renascentista.
O rei Francisco I que começou a coleção dos quadros do Louvre, comprou vários quadros italianos, inclusive a Mona Lisa.
Ele era um homem belo, tinha uma esplêndida voz, uma mente magnífica, uma excelência em matemática e tendências científicas. Sua abundância de talentos levava-o a questionar e a lutar contra seu lado artístico, raramente terminando uma pintura e, frequentemente, experimentando novas técnicas.



Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, Museu do Louvre, Paris, França.


A Mona Lisa, o mais duradouro símbolo da mística feminina, tornou-se o retrato de uma virtuosa mãe de família, que teve cinco filhos, incluindo duas meninas que viraram freiras.
Depois de dois séculos em que os historiadores tentaram desvendar a identidade da modelo – as teorias iam desde a própria mãe do pintor até uma prostituta de Florença – novas pesquisas chegaram a uma conclusão: Trata-se de Lisa Gherardini, mulher de um rico comerciante de seda.
Giuseppe Pallanti, professor de Florença que passou os últimos 25 anos pesquisando os arquivos da cidade, descobriu as primeiras evidências claras da relação da família Da Vinci com Francesco del Giocondo, rico comerciante de seda que se casou com Lisa, em 1495.
O pesquisador também descobriu que, em 1550, Giorgio Vasari, biógrafo do artista italiano, disse que Lisa seria a mulher retratada por Da Vinci. E ele era uma fonte confiável, porque conheceu a família Giocondo pessoalmente.
Por séculos, a Mona Lisa foi conhecida também como La Gioconda, justamente por causa da teoria de Vasari. Apesar disso, a enigmática natureza do quadro e seu misterioso sorriso foram estudados por dezenas de pesquisadores, principalmente porque, ao contrário de outros retratos da época, a pintura não está assinada, datada e nada indica o nome da mulher sentada.
Entre as que foram apontadas como possíveis modelos aparecem Isabella d'Este, Isabella Gualanda e Cecilia Gallerani, figuras da sociedade italiana daquele tempo, e várias outras cortesãs e prostitutas. A mãe do artista também chegou a ser identificada como a mulher retratada...
Ao pintar a famosa obra Última Ceia, Leonardo retratou cada um dos doze apóstolos de Cristo.



A Última Ceia, Leonardo da Vinci

Leonardo, talvez, tenha sido o maior pensador que já tivemos, um gênio insaciável pelo conhecimento. Ele era um visionário para sua época, pois idealizou o tanque de guerra, helicóptero, pará-quedas, descobriu que o homem nunca poderia voar que nem os pássaros, batendo asas... Em toda sua vida trabalhou com arte, urbanismo, aerologia, hidráulica, engenharia, guerra, anatomia, náutica, mecânica, botânica, entre outras coisas. Mas, em 1519, depois de 67 anos de seu nascimento na pequena cidade de Vinci na Itália, o mundo perdeu o maior pensador de todos os tempos.



(Priscila Charão e Larissa Gomes)

Renascimento: Michelângelo Buonarroti (1475-1564)

O Fruto Proibido, Michelângelo

David, Michelângelo

Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni, pintor, escultor, poeta e arquiteto italiano, um dos maiores nomes do Renascimento. Nascido em Caprese, perto de Arezzo, aos 13 anos ingressa como aprendiz na oficina do pintor Ghirlandaio, um dos principais mestres do Quattrocento florentino.
Em 1489, entra para a Escola de Escultura de Florença e lá permanece até a morte de Lorenzo de Medici, seu mecenas e amigo, em 1492. Nesse período, converte-se aos ideais de beleza e às concepções filosóficas da Grécia antiga. Estuda as esculturas gregas e romanas da coleção dos Medici e aprende anatomia humana.
Em 1496 vai para Roma. Esculpe a Pietá (1498-1499), que se encontra ainda hoje na entrada da Basílica de São Pedro, no Vaticano. De volta a Florença, em 1501, faz a estátua David.


A escultura de Pietá, Michelângelo

Em 1505, o papa Júlio II encomenda-lhe seu túmulo. O artista passa oito meses escolhendo mármores para o mausoléu, mas não termina o projeto. Após a morte do papa, em 1513, esculpe duas grandes estátuas, Moisés e Os Escravos.
Conta o biógrafo Vasari, contemporâneo do artista, que Michelângelo, depois de terminar Moisés e diante de sua perfeição, teria batido no joelho da escultura e pronunciado a tão difundida expressão: “Parla!”.
De 1508 a 1512, pinta o teto da Capela Sistina, com cenas do Velho Testamento. Nomeado primeiro arquiteto, pintor e escultor do Vaticano pelo papa Paulo III, projeta a enorme cúpula da Basílica de São Pedro. Já no fim da vida se dedica principalmente à arquitetura. Morre em Roma.


A Criação de Adão, célebre pintura que Michelângelo fez no teto da Capela Sistina

Obras destacadas: Teto da Capela Sistina, “A Sibila Cumana”, “A Sibila Pérsica”, a “Sagrada Família” (Galeria Uffizi - Florença), entre outras. A Capela Sistina foi construída por ordem de Sisto IV.
Obs.: É nessa própria Capela que se faz o Conclave – reunião com os cardeais após a morte do Papa para proceder a eleição do próximo. A fumaça negra – indica que o Papa ainda não foi escolhido, e a fumaça branca – que o Papa acaba de ser escolhido, ambas avisam o povo na Praça de São Pedro, no Vaticano.
Michelângelo dominou a escultura e o desenho do corpo humano maravilhosamente bem, pois tendo dissecado cadáveres por muito tempo, assim como Leonardo da Vinci, sabia exatamente a posição de cada músculo, cada tendão, cada veia.
É bem verdade que a Mona Lisa é a obra de arte mais famosa e a sua Última Ceia, a mais reproduzida, mas basta depararmos com os afrescos da Capela Sistina e averiguarmos o conjunto de sua obra, para ficarmos estarrecidos com o talento e o fôlego de Michelângelo. Num certo sentido, Da Vinci era teoria; Michelângelo, prática...
Rafael Sanzio, o terceiro nome do renascimento italiano, retratou a ambos em sua Escola de Atenas, como Platão e Aristóteles.
Michelângelo compôs sonetos e letras de amor para Febo di Poggio, Urbino Tammasso Cavalieri e Cecchino de' Bracci. Quando publicou os poemas, ele alterou partes, para se ler como se tivesse escrito para uma mulher...
(Priscila Charão e Larissa Gomes)

Agonia e Êxtase, filme sobre a vida de Michelângelo



Quem se depara com Agonia e Êxtase, já se impressiona com o curioso título um tanto perturbador. Pois é justamente isso que a produção de Carol Reed, datada dos anos 1960 aborda - um pouco da vida e obra de um dos artistas mais famosos do mundo: Michelângelo (1475 - 1512).

Ambientado no século XVI, o filme retrata a Roma de 1508, um período de conquistas, de guerras e de expansão da Igreja Católica.
O Papa Júlio II, interpretado por Rex Harrison, além de travar diversas batalhas com propósitos políticos e econômicos, também precisa "lutar" para obter uma outra espécie de conquista - que acabou por herança da humanidade: a inquestionável obra de Michelângelo, vivido por Charlton Heston.

Tudo acontece em torno da Capela Sistina, da qual o Papa deseja explorar mais precisamente o teto, através da técnica do afresco - a pintura com tintas feitas à base d'água sobre o gesso recém colocado.

Michelângelo, um tradicional escultor, se vê intimidado com o pedido feito pelo Santíssimo Papa. Porém, sob pressão, acaba aceitando o trabalho, juntamente com uma equipe que ele escala em Florença.


Inicia as obras sob as orientações do Papa, que sugere ao artista, que pinte os doze apóstolos, além de outros elementos decorativos. E assim, Michelângelo o faz. Porém, já na primeira figura, ele declina do projeto sugerido por seu contratante. Destrói sua obra iniciada e foge de Roma, enlouquecendo o Papa Júlio II - que determina a caçada ao artista. Num refúgio junto às montanhas, Michelângelo descansa.
E é neste local, longe de tudo e de todos que Michelângelo, ao acordar numa manhã, vê entre as núvens, como numa espécie de visão ou inspiração máxima, qual o real destino do teto da capela. Entre as figuras ideais, a da criação do mundo. Sem titubear, volta a Roma, esboça seus planos e segue atrás do Papa e encontra-o em plena guerra. Lá, convence o mesmo de que aqueles afrescos são os ideais para o projeto.
Quando o Santíssimo concorda, Michelângelo volta à Capela, juntamente com seus companheiros e finalmente dá início aos trabalhos planejados. As confusões entre ele e o Papa parecem não ter fim, uma vez que o religioso não compreeende a demora das pinturas. Um episódio interessante ainda ocorre neste processo: Michelângelo sofre um acidente. Ele cai de um dos andaimes em que trabalha.

Ao final, depois de muito conflito, ele entrega a capela: uma de suas mais belas obras, sem sombra de dúvida. O teto recebe figuras lendárias que se eternizaram tanto no mundo das artes, quanto na própria Igreja. Exemplo disso é de como ele concebeu as figuras de Deus e do homem.

Questionado pelo Papa, certa vez, Michelângelo diz ver o homem perfeito em sua obra e que as distorções vistas no homem aqui da Terra seriam fruto da própria convivência e experiência terrena. Já o Deus por ele pintado, é forte, mas ao mesmo tempo doce e fraterno. O encanto da comunidade se torna evidente e ao final, Júlio II ainda tem mais um pedido, que Michelângelo pinte a parede atrás do altar, com o tema do Juízo Final.

As obras da Capela Sistina representam o surgimento do homem - sua criação -, sua queda e a salvação. Um brilhante trabalho que detém a atenção de milhares de admiradores todos os meses. Michelângelo a pintou entre 1508 e 1512. Cerca de 300 figuras estão simbolizadas nas pinturas, que se baseiam no livro do Gênisis.
Michelângelo nasceu em 1475, em Caprese e morreu em 1564, em Roma. Foi um dos maiores artistas de sua época. Suas esculturas retratam uma perfeição que talvez nem sequer exista nos dias atuais. Blocos de mármore esculpidos por ele, parecem trazer à tona figuras previamente existentes no material bruto. Obras como Davi e Pietà são uma das mais famosas esculturas do artista, realizados antes dos seus trinta anos de idade.













(Nelson Zimer)

Renascimento: Sandro Botticelli (1445-1510)


















A Primavera, Sandro Botticelli (1477-78), têmpera sobre madeira, 203 x 314 cm,Galeria Uffizi, Florença

Sandro Botticelli foi um dos mais importantes artistas do Renascimento. Nasceu em 1445 e morreu em 1510. Desde jovem, dedicou-se à pintura mostrando grande talento para as artes. Em suas obras, seguiu temáticas religiosas e mitológicas. Resgatou, de forma brilhante, vários aspectos culturais e artísticos das civilizações grega e romana. Chegou também a fazer retratos de pessoas famosas - príncipes, integrantes da burguesia e nobres - da época.
As pinturas de Botticelli são marcadas por um forte realismo, movimentos suaves e cores vivas. Uma de suas obras mais conhecidas, até os dias de hoje é O Nascimento de Vênus, que o pintor fez no ano de 1485. Nesta linda obra, observamos a valorização das forças da natureza, o realismo e o resgate da mitologia romana. Principais obras de Botticelli:
· O Nascimento de Vênus
· A Adoração dos Magos
· O Castigo dos Rebeldes
· A Tentação de Cristo
· Retrato de Dante Alighieri
· Nastagio Degli Onesti
· A Coroação da Virgem
· O Inferno de Dante
(Priscila Charão e Larissa Gomes)

Caravaggio, o filme















O filme Caravaggio conta as memórias do pintor Michelangelo Merisi da Caravaggio, tendo suas histórias contadas como flashbacks. O artista relembra fatos da sua infância, carreira e o que mais me intriga suas contradições quando se refere a crenças religiosas e a sua sexualidade. Se pudesse premiar o filme, certamente o mérito seria do cenário.



Imagens fantásticas e reais, mostrando a construção da pintura, em cores de azuis e vermelhos vibrantes maravilhosos. A fotografia do filme me passa a sensação de real, passando a veracidade da ação.


O filme de Derek Jarman não só reproduz as brilhantes imagens barrocas dos quadros de Caravaggio, como usa o jogo de luz e sombra, para compor as cenas. Contrastando entre o rico e o pobre, o belo e feio, o religioso e profano, preservando fortemente os temas do barroco.
(Marcos Vinicius Brenner )














Rembrandt

Vermeer

Barroco





















Michelangelo Merisi (Caravaggio)

O termo Barroco denomina genericamente todas as manifestações artísticas dos anos 1600 e início dos anos 1700. Além da literatura, estende-se à música, pintura, escultura e arquitetura da época. A arte barroca originou-se na Itália (séc. XVII), mas não tardou a irradiar-se por outros países da Europa e a chegar também no continente americano, trazidos pelos colonizadores portugueses e espanhóis.
























Velázquez, As Meninas

O barroco ou seiscentismo, teve início em Portugal com unificação da Península Ibérica, fato que acarreta ao período intensa influência espanhola, e também faz surgir outra denominação para o período, Escola Espanhol. No Brasil, o barroco teve início em 1601.
Barroco deriva da palavra "verruca" do latim, que significa elevação de terreno em superfície lisa. Toda pedra preciosa que não tinha forma arredondada era chamada barrueca, termo aplicado para designar pérolas de forma irregular. Logo após, toda e qualquer coisa que possuia forma bizarra, que fugia do normal, era chamada de barroque.
O poeta italiano Giosuè Carducci foi quem em 1860, adjetivou o estilo da época dos Seiscentos, referindo-se as manifestações artísticas ocorridas no ano de 1600, como sendo Barroco.


















Rembrandt, Lição de Anatomia do Dr. Tulp

As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência, que os artistas renascentistas procuram realizar de forma muito consciente. Na arte barroca, predominam as emoções e não o racionalismo da arte renascentista. O estilo barroco traduz a tentativa angustiante de conciliar forças antagônicas; bem e mal; céu e terra; pureza e pecado; alegria e tristeza; espírito e matéria.

































Rubens, Vênus no Espelho

(Gabriele Flesch)

Barroco, principais artistas

Peter Paul Rubens - Além de um colorista vibrante, se notabilizou por criar cenas, que sugerem, a partir das linhas contorcidas dos corpos e das pregas das roupas, um intenso movimento. Em seus quadros, é geralmente, no vetuário que se localizam as cores quentes ( vermelho, verde e amarelo), que contrabalançam a luminosidade da pele clara das figuras humanas.
Obra "O Jardim do Amor".



Gian Lorenzo Bernini - Arquiteto, urbanista, decorador e escultor. Algumas de suas obras serviram de elementos decorativos das igrejas, como por exemplo, o "baldaquino" e a "cadeira de São Pedro", ambos na Basílica de São Pedro, no vaticano.

Obra "O Êxtase de Santa Teresa".





Michelangelo Merisi da Caravaggio - O que melhor caracteriza a sua pintura é modo revolucionário como ele usa a luz. Ela não aparece como reflexo da luz solar, mas é criada intencionalmente pelo artista, para dirigir a atenção do observador.
Obra "Vocação de São Mateus".

Rococó






De 1730 a 1800, uma pintura de tons claros com linhas curvas e arabescos marca o estilo decorativo e a atmosfera sensual do Rococó. O afresco ganha importância, e, geralmente, vem associado à escultura na decoração de interiores. Seus representantes mais importantes: Jean-Antoine Watteau, autor de A Peregrinação à Ilha de Citera, Giovanni Battista Tiepolo, François Boucher e Jean-Honoré Fragonard, de quem são as obras apresentadas nesta postagem.

Neoclassiscismo
































A Morte de Marat, de Jacques-Louis David


De 1750 a 1820, os valores da Antigüidade greco-romana e do Renascimento são resgatados pelo Neoclassicismo. Há uma supremacia do desenho e da linha sobre a cor, em ambientações teatrais e sóbrias. Os ideais do Iluminismo e da Revolução Francesa favorecem o nascimento de um espírito cívico e de sacrifício heróico. Isso contribui para que a pintura histórica seja vista como a forma mais nobre de arte. Destacam-se Perseu com a Cabeça da Medusa, de Antonio Canova; O Parnaso, de Anton Raphael Mengs; A Morte de Marat, O Juramento dos Horácios e A Morte de Sócrates, de Jacques-Louis David; e A Grande Odalisca e A Banhista de Valpinçon, de Jean-Auguste-Dominique Ingres (1780-1867), um exemplo dos princípios clássicos na pintura.

































A Banhista de Valpinçon, de
Jean-Auguste-Dominique Ingres (1780-1867)

Romantismo



















Francisco de Goya y Lucientes, Os Fuzilamentos do 3 de Maio de 1808














Francisco de Goya y Lucientes, A Maja Desnud
a









Théodore Géricaut, A Balsa da Medusa, 1819












A Liberdade Guiando o Povo, Eugène Delacroix


De 1790 a 1850, notabilizadas pela subjetividade e pela introspecção, as obras de arte do Romantismo evocam sentimentos e sensações. Há um interesse maior pelo passado não clássico e uma forte influência da literatura romântica, além de uma atração pelas forças da natureza e pelo exótico. A cor e o movimento suplantam os traços e a exatidão do contorno.

Distingue-se o trabalho do espanhol Francisco de Goya y Lucientes (1746-1828), que adota o grotesco, o fantástico e o protesto social como temas, antecipando características futuramente desenvolvidas por movimentos como o Expressionismo.

Algumas de suas principais pinturas são A Família de Carlos IV, O Colosso, Os Fuzilamentos do 3 de Maio de 1808, A Maja Desnuda, A Maja Vestida e O Sabá das Bruxas. Também é autor de importantes séries de gravuras.

Sobressaem ainda obras como A Balsa da Medusa, 1819, de Théodore Géricault (1791-1824); A Carroça de Feno, de John Constable; A Morte de Sardanapalo e A Liberdade Guiando o Povo, de Eugène Delacroix; e O Guerreiro Téméraire, de Joseph William Turner. “A idéia de romantismo refere-se a uma renovação das técnicas artísticas, na medida em que compreende uma ruptura e uma oposição com um passado ‘clássico’, mas nos encaminha – o que é mais importante – a uma visão global do mundo, da sensibilidade, a uma atitude diante da sociedade, enfim, a todo um conjunto de elementos que ultrapassa o lado puramente formal, a especificidade do fazer artístico”.




O Guerreiro Téméraire, de Joseph William Turner